Hitchcock
Nota: 8,5
 Baseado no livro “Alfred Hitchcock e os Bastidores de Psicose” o filme foca na relação entre o diretor Alfred Hitchcock (Anthony Hopkins) e sua esposa, Alma Reville (Helen Mirren), durante as filmagens do clássico “Psicose”, que foi vagamente baseado na vida do assassino Ed Gein, até o lançamento do inovador filme em 1960. O que poderia ser um monótono filme sobre os bastidores de um dos longas mais emblemáticos da história do cinema, é na verdade uma história de amor, companheirismo e um verdadeiro testemunho da importância de Alma na carreira de Hitchcock, afinal quem conhece os bastidores dos filmes do mestre do suspense sabe que ele nem tocava nos roteiros que ela não achava interessante e era a pessoa que dava o aval aos filmes do marido. A história foca em um momento crucial da vida de Hitch, ele e Alma até então eram inseparáveis, uma força criativa que resultou em clássicos como “O Homem Que Sabia Demais”, “Janela Indiscreta”, “Ladrão de Casaca” , “Um Corpo Que Cai” e muitos outros, mas assim que ele lançou “Intriga Internacional”, começou a buscar uma história diferente do que estava acostumado a fazer, pois muitos achavam que aos 60 anos e no auge, ele deveria parar enquanto estava ganhando, foi então que Hitch se deparou com o livro “Psicose” de Robert Bloch e as coisas começam a desandar, nem os executivos, nem sua leal assistente Peggy (Toni Collette), nem  a imprensa,  muito menos Alma acredita no projeto, afinal a história do livro serviria para no máximo um “slasher movie”, algo como um avô de “Sexta-Feira 13”, mas Hitch dá a dica, como seria se alguém realmente bom fizesse um desses filmes? O resultado já conhecemos muito bem, mas a graça de “Hitchcock” reside na leveza como a história é tratada, mesmo nas cenas envolvendo Ed Gein (que dá dicas do desenrolar da história do clássico) e principalmente em seu elenco, Anthony Hopkins está perfeito como Hitch, com sua fala afetada e seu jeito bonachão, ele trilha um caminho que chega perto da caricatura, mas sem cair nela, ainda mais por conta da maquiagem usada para deixá-lo com o físico do diretor, porém é em Helen Mirren que o grande trunfo do filme reside, sua Alma é uma mulher em busca de algo novo também, após anos na sombra do marido, ela busca alguma coisa que a dê prazer e reconhecimento. Esses dois gigantes da atuação acham o balanço perfeito entre drama e comédia e são ajudados por um elenco de apoio extremamente eficiente, Scarlett Johansson como Janet Leigh, Danny Huston como Whitfield Cook, Jessica Biel como Vera Miles e James D’Arcy como Anthony Perkins estão perfeito. Embora o filme fuja das polêmicas, como a autoria da famosa cena do chuveiro e dê uma suavizada no protagonista, ainda assim é entretenimento de primeira, com cenas divertidas, desde a abertura e o encerramento inspirados na série “Alfred Hitchcock presents” e uma homenagem a um dos filmes posteriores do mestre.
Baseado no livro “Alfred Hitchcock e os Bastidores de Psicose” o filme foca na relação entre o diretor Alfred Hitchcock (Anthony Hopkins) e sua esposa, Alma Reville (Helen Mirren), durante as filmagens do clássico “Psicose”, que foi vagamente baseado na vida do assassino Ed Gein, até o lançamento do inovador filme em 1960. O que poderia ser um monótono filme sobre os bastidores de um dos longas mais emblemáticos da história do cinema, é na verdade uma história de amor, companheirismo e um verdadeiro testemunho da importância de Alma na carreira de Hitchcock, afinal quem conhece os bastidores dos filmes do mestre do suspense sabe que ele nem tocava nos roteiros que ela não achava interessante e era a pessoa que dava o aval aos filmes do marido. A história foca em um momento crucial da vida de Hitch, ele e Alma até então eram inseparáveis, uma força criativa que resultou em clássicos como “O Homem Que Sabia Demais”, “Janela Indiscreta”, “Ladrão de Casaca” , “Um Corpo Que Cai” e muitos outros, mas assim que ele lançou “Intriga Internacional”, começou a buscar uma história diferente do que estava acostumado a fazer, pois muitos achavam que aos 60 anos e no auge, ele deveria parar enquanto estava ganhando, foi então que Hitch se deparou com o livro “Psicose” de Robert Bloch e as coisas começam a desandar, nem os executivos, nem sua leal assistente Peggy (Toni Collette), nem  a imprensa,  muito menos Alma acredita no projeto, afinal a história do livro serviria para no máximo um “slasher movie”, algo como um avô de “Sexta-Feira 13”, mas Hitch dá a dica, como seria se alguém realmente bom fizesse um desses filmes? O resultado já conhecemos muito bem, mas a graça de “Hitchcock” reside na leveza como a história é tratada, mesmo nas cenas envolvendo Ed Gein (que dá dicas do desenrolar da história do clássico) e principalmente em seu elenco, Anthony Hopkins está perfeito como Hitch, com sua fala afetada e seu jeito bonachão, ele trilha um caminho que chega perto da caricatura, mas sem cair nela, ainda mais por conta da maquiagem usada para deixá-lo com o físico do diretor, porém é em Helen Mirren que o grande trunfo do filme reside, sua Alma é uma mulher em busca de algo novo também, após anos na sombra do marido, ela busca alguma coisa que a dê prazer e reconhecimento. Esses dois gigantes da atuação acham o balanço perfeito entre drama e comédia e são ajudados por um elenco de apoio extremamente eficiente, Scarlett Johansson como Janet Leigh, Danny Huston como Whitfield Cook, Jessica Biel como Vera Miles e James D’Arcy como Anthony Perkins estão perfeito. Embora o filme fuja das polêmicas, como a autoria da famosa cena do chuveiro e dê uma suavizada no protagonista, ainda assim é entretenimento de primeira, com cenas divertidas, desde a abertura e o encerramento inspirados na série “Alfred Hitchcock presents” e uma homenagem a um dos filmes posteriores do mestre.
Hitchcock EUA, 2012 direção de Sacha Gervasi produção de Ivan Reitman, Tom Pollock,Joe Medjuck, Alan Barnette eTom Thayer roteiro de  John J. McLaughlin baseado no livro “Alfred Hitchcock and the Making of Psycho” de Stephen Rebello com Anthony Hopkins, Helen Mirren, Danny Houston, Toni Collette, Scarlett Johansson, Jessica Biel e James D’Arcy. Distribuição Fox Searchlight Pictures duração 98 minutos Drama.
O Vôo
Nota: 10
 Após 12 anos afastado dos filmes convencionais, dirigindo animações usando a técnica de captura de movimento, Robert Zemeckis está de volta aos filmes “live action”, seu último filme foi “O Náufrago” em 2000, onde arrancou uma atuação soberba de Tom Hanks em um filme sobre um homem comum em uma situação extraordinária, ele repete a dose desta vez com Denzel Washington no papel de  William Whitaker, um piloto de aviação comercial,  que toma uma decisão arriscada, quando o avião que está comandando está em uma queda iminente, ele assume o comando e para tentar salvá-lo, faz uma manobra ousada que coloca o avião literalmente de cabeça para baixo, depois de pousar a aeronave com a perda de poucas vidas, ele se torna um herói e conquista notoriedade na região onde mora. Contudo, uma investigação interna revela que ele estava voando sob o efeito de drogas e álcool. Sabendo que a investigação era verdadeira, Whitaker tem que lidar com seus vícios, algo que ele evitou até o momento, contando com os amigos e com com o carinho de uma viciada chamada Nicole Maggen (Kelly Reilly). O filme traz uma das melhores atuações da carreira do premiado Denzel Washington, em um papel que é o sonho de qualquer ator, uma jornada em que apesar de todas as falhas, todos os erros, o personagem ganha a empatia do espectador, que torce por ele (a cena do frigobar é um momento desses em que as pessoas reagem ao que acontece na tela como se fosse de verdade) e Zemeckis se dá ao luxo de dar boas cenas para os personagens secundários também, tem um belo momento entre Whitaker, Nicole e um paciente com câncer terminal, todos escondidos na escada de emergência do hospital para fumar, eles discutem como chegaram lá e sobre os acontecimentos e o significado deles em suas vidas, é um daqueles momentos raros hoje em dia em que o filme para, apenas para mostrar as motivações dos personagens e deixá-los um pouco mais humanos. “O Vôo” talvez seja o trabalho mais maduro do diretor, que ao contrário de muitos filmes não desvia o olhar dos vícios dos personagens, de seus defeitos, enxergando drama e comédia nas situações pela qual William e os outros personagens passam, aliás aqui representados pelos ótimos Don Cheadle, Bruce Greenwood e um impagável John Goodman, como o traficante de Whit. Vale também ressaltar a destreza técnica de Zemeckis, com uma produção modesta (custou US$ 30 milhões) ele rodou uma das sequencias de vôo mais bem feitas da história, a queda do avião é realmente impressionante e realista. “O Vôo” é um drama edificante, extremamente bem realizado e adulto, um filme que diverte, emociona e satisfaz em iguais doses.
Após 12 anos afastado dos filmes convencionais, dirigindo animações usando a técnica de captura de movimento, Robert Zemeckis está de volta aos filmes “live action”, seu último filme foi “O Náufrago” em 2000, onde arrancou uma atuação soberba de Tom Hanks em um filme sobre um homem comum em uma situação extraordinária, ele repete a dose desta vez com Denzel Washington no papel de  William Whitaker, um piloto de aviação comercial,  que toma uma decisão arriscada, quando o avião que está comandando está em uma queda iminente, ele assume o comando e para tentar salvá-lo, faz uma manobra ousada que coloca o avião literalmente de cabeça para baixo, depois de pousar a aeronave com a perda de poucas vidas, ele se torna um herói e conquista notoriedade na região onde mora. Contudo, uma investigação interna revela que ele estava voando sob o efeito de drogas e álcool. Sabendo que a investigação era verdadeira, Whitaker tem que lidar com seus vícios, algo que ele evitou até o momento, contando com os amigos e com com o carinho de uma viciada chamada Nicole Maggen (Kelly Reilly). O filme traz uma das melhores atuações da carreira do premiado Denzel Washington, em um papel que é o sonho de qualquer ator, uma jornada em que apesar de todas as falhas, todos os erros, o personagem ganha a empatia do espectador, que torce por ele (a cena do frigobar é um momento desses em que as pessoas reagem ao que acontece na tela como se fosse de verdade) e Zemeckis se dá ao luxo de dar boas cenas para os personagens secundários também, tem um belo momento entre Whitaker, Nicole e um paciente com câncer terminal, todos escondidos na escada de emergência do hospital para fumar, eles discutem como chegaram lá e sobre os acontecimentos e o significado deles em suas vidas, é um daqueles momentos raros hoje em dia em que o filme para, apenas para mostrar as motivações dos personagens e deixá-los um pouco mais humanos. “O Vôo” talvez seja o trabalho mais maduro do diretor, que ao contrário de muitos filmes não desvia o olhar dos vícios dos personagens, de seus defeitos, enxergando drama e comédia nas situações pela qual William e os outros personagens passam, aliás aqui representados pelos ótimos Don Cheadle, Bruce Greenwood e um impagável John Goodman, como o traficante de Whit. Vale também ressaltar a destreza técnica de Zemeckis, com uma produção modesta (custou US$ 30 milhões) ele rodou uma das sequencias de vôo mais bem feitas da história, a queda do avião é realmente impressionante e realista. “O Vôo” é um drama edificante, extremamente bem realizado e adulto, um filme que diverte, emociona e satisfaz em iguais doses.
Flight EUA, 2012 direção Robert Zemeckis roteiro de John Gatins produzido por Laurie MacDonald, Walter F. Parkes, Jack Rapke, Steve Starkey, Robert Zemeckis música de Alan Silvestri com Denzel Washington, Don Cheadle, Bruce Greenwood, Kelly Reilly e Melissa Leo distribuição Paramount Pictures duração 139 minutos Drama.
 
 
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