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quarta-feira, 20 de março de 2013

Crítica - Oz, Mágico e Poderoso

Nota: 9
Antes de mais nada, comparar "Oz, Mágico e Poderoso" com o filme original de 1939 é injusto com ambas as produções, pois "O Mágico de Oz" já encanta crianças e adultos há muitas gerações e é um dos filmes mais queridos e vistos de todos os tempos, em contrapartida, apesar de ter uma produção impecável para a época, ele não é tão tecnologicamente avançado (por razões óbvias), afastando pessoas que não gostam de filmes antigos, portanto dadas as proporções cada filme tem seu charme. O novo filme na verdade é uma prequel, narrando eventos anteriores ao filme de 1939 e do livro original. Oz (James Franco) é o mágico de um circo mambembe,  mulherengo e vigarista e ao arranjar encrenca com um dos artistas do circo, ele foge em um balão que é pego em um tufão. Transportado para um mundo mágico e desconhecido, ele precisa lidar com a batalha entre três bruxas locais pelo controle do reino: Theodora (Mila Kunis), Evanora (Rachel Weisz) e Glenda (Michelle Williams).
Dirigido pelo mesmo Sam Raimi da Trilogia "Homem-Aranha" e produzido pela Disney, “Oz, Mágico e Poderoso” é visualmente estonteante, com cenários que remetem ao filme de 1939, sem copiar o design de produção do filme anterior (devido a problemas de direitos autorais), ampliando o escopo da Terra de Oz, adicionando paisagens e também mostrando lugares que são bem conhecidos pelos fãs do filme de Judy Garland de uma maneira bem mais grandiosa e  eleaborada. Raimi presta muitas homenagens ao filme original, já começando com o prólogo no Kansas, onde assim como no longa anterior, a história começa em preto e branco, usando inclusive o formato de tela e o som mono que era o padrão em 39, e quando chega em Oz, a tela expande, o som muda para stereo digital e um colorido intenso, que imita o tecnicolor da década de 30 toma conta do resto do filme, que sim, é recheado de efeitos deslumbrantes, com personagens digitais muito bem feitos e um 3D literalmente de saltar aos olhos. O longa-metragem também faz homenagem a personagens clássicos como o Leão Covarde, o Espantalho, mas não vou estragar contando como e onde, só posso dizer que para os fãs, o filme vai ser um deleite, desde que não se faça comparações demais. 

Quanto ao elenco, James Franco está extremamente simpático e convincente como um vigarista de bom coração, já as três bruxas, representadas por Mila Kunis, Rachel Weisz e Michelle Williams atingem resultados desiguais, Weisz é a que está melhor e parece estar se divertindo no papel de Evanora, Williams convence como Glinda, a Boa, mas como todo personagem bom demais, ela fica limitada à sua candura, se bem que à faíscas aqui e ali (sem spoilers, por favor), enquanto Mila Kunis que é a que teria que ser a mais assustadora e também a mais divertida, não convence tanto no papel, embora ela tenha algumas cenas divertidas no papel da Bruxa Má mais famosa do cinema. E os personagens digitais, principalmente o macaquinho Finley (na voz de Zach Braff) e a boneca de porcelana chinesa, são convincentes e interagem de forma perfeita com o elenco, participando em alguns dos momentos mais emocionantes do filme. 

É quase certo que “Oz, Mágico e Poderoso” não será um clássico da magnitude de “O Mágico de Oz”, mas ainda assim é um filme divertido, emocionante e que compensa a ida ao cinema, seja pela história, pelo visual ou por causa do elenco. Sam Raimi é um diretor talentoso e sabe como fazer um filme pipoca como poucos e aqui ele faz um ótimo trabalho e como uma boa produção da Disney (infinitamente melhor do que "Alice No Pais das Maravilhas") ele garante duas horas de puro espetáculo e entretenimento de primeira.


Oz the Great and Powerful, EUA, 2013 direção de Sam Raimi escrito por David Lindsay-Abaire and Mitchell Kapner  baseado no obra de L. Frank Baum produzido por Joe Roth música de Danny Elfman com James Franco, Mila Kunis, Rachel Weisz, Michelle Williams e Zach Braff distribuição Walt Disney Pictures/Buena Vista duração 127 minutos Aventura/Fantasia.

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