 Quando “Seven, Os Sete Crimes Capitais” (também conhecido como Se7en) estreou em 1995, ele chocou a platéia e os críticos da época, afinal poucos thrillers ousaram ir tão longe anteriormente ao retratar serial killers, um dos poucos que chegaram ao mesmo nível ao tratar do assunto(e é ainda melhor) foi o “Silêncio dos Inocentes” (Silence Of The Lambs, 1991). Hoje em dia talvez ele não tivesse o mesmo impacto, não sei, ao menos em termos de violência, afinal estamos na era dos “CSIs” da vida e de slasher movies como ” Jogos Mortais”,  em 1995 apenas “Arquivos X” na tv era tão detalhado, mas o interessante é que revendo “Se7en” hoje,  me deparei com um filme que ainda continua forte e tem apenas uma cena que é graficamente violenta.
Quando “Seven, Os Sete Crimes Capitais” (também conhecido como Se7en) estreou em 1995, ele chocou a platéia e os críticos da época, afinal poucos thrillers ousaram ir tão longe anteriormente ao retratar serial killers, um dos poucos que chegaram ao mesmo nível ao tratar do assunto(e é ainda melhor) foi o “Silêncio dos Inocentes” (Silence Of The Lambs, 1991). Hoje em dia talvez ele não tivesse o mesmo impacto, não sei, ao menos em termos de violência, afinal estamos na era dos “CSIs” da vida e de slasher movies como ” Jogos Mortais”,  em 1995 apenas “Arquivos X” na tv era tão detalhado, mas o interessante é que revendo “Se7en” hoje,  me deparei com um filme que ainda continua forte e tem apenas uma cena que é graficamente violenta.
O filme conta a história de dois policias, o jovem e impetuoso David Mills (Brad Pitt) que passou cinco anos na divisão de homicídios e o maduro, culto e prestes a se aposentar, William Somerset (Morgan Freeman), eles são encarregados da investigação de uma série de crimes, que acabam revelando uma estranha conexão, eles são cometidos por um serial killer que baseia os seus assassinatos nos sete pecados capitais.

Com essa premissa até que bastante simples,  “Se7en” trilha caminhos obscuros até chegar ao seu chocante final, que mesmo após anos continua muito forte, e apesar de o filme ter quase 20 anos, não vai ser eu quem vai estragar a supresa para as pessoas que ainda não o viram.  Ao contrário de muitos outros filmes, o assassino não é a estrela do show, por mais que seja o centro do mistério, assim como “Zodíaco” (Zodiac, 2007)(também dirigido por David Fincher), o filme se ocupa mais com os detalhes da investigação e aposta suas fichas nas atuações da dupla principal, Morgan Freemam como de costume está maravilhoso como o metódico e intelectual Somerset, que tenta em vão se manter longe da investigação dos assassinatos, nessa que é sua última semana, ele ajuda a dar o tom de desolação, de alguém que perdeu a fé nas pessoas, que permeia o filme. Fincher tira todo o proveito da juventude de Brad Pitt, de sua virilidade, o seu David Mills é um jovem tentando mostrar que está a altura do serviço e tenta se impor, e o ator imprime força ao papel que o transformou de idolo adolescente, em um ator de verdade. Vale também destacar a candura de Gwyneth Paltrow  como a mulher de Pitt, que aparece em poucas cenas, mas cuja a carreira realmente começou com esse filme, ela está ótima e tem um papel que é fundamental para a trama, desde unir os protagonistas, até o fatidico desfecho, nem vou entrar em detalhes, apesar de o dedo estar coçando para escrever.
 
Na epoca em que o filme foi lançado, apenas Morgan Freeman era um nome estabelecido, Brad Pitt e David Fincher ainda lutavam para se estabelecer. Pitt vinha sendo notado desde “Thelma & Louise” (1991), mas ainda não tinha um projeto que o colocasse no primeiro time de Hollywood, afinal em “Entrevista Com o Vampiro” (Interview With The Vampire, 1994), ele tinha mais tempo em cena, mas fazia parte de um elenco estelar e Tom Cruise roubou a cena como o Vampiro Lestat e “Lendas da Paixão” (Legends Of The Fall, 1994), apesar do sucesso de bilheteria e das indicações ao Globo de Ouro, apenas atestaram que Pitt era um galã em ascenção e não um ator, mas com “Se7en” e “Os Doze Macacos” (Twelve Monkeys, 1995) ele começou a da sinais de que podia ser um ótimo ator, e desde então soube mesclar papés em filmes comerciais como “Troia” (Troy, 2004), “Onze Homems e Um Segredo” (Ocean's Eleven, 2001)e suas continuações e “Sr. E Sra. Smith” (Mr. and Mrs. Smith,2005) e êxitos de crítica como “O Clube da Luta” (Fight Club)(também de Fincher), “Babel” (2006), “Bastardos Inglórios” (Inglorious Basterds, 2009) e “A Árvore da Vida” (The Three Of Life, 2011).

Já Fincher vinha de uma premiada carreira de videoclipes e filmes publicitários e havia feito apenas um filme, “Alien ³”, lançado me 1992, após uma guerra nos bastidores, em que a Fox passou por cima do diretor durante todo o processo, incluindo durante a edição, e o resultado foi um filme que nada se parece com a visão do seu diretor, que foi atacado ferozmente pela crítica e teve uma má recepção junto ao público. “Se7en” foi o filme que o estabeleceu como um dos grandes diretores de Hollywood, pois foi o primeiro de uma seqüência de ótimos filmes, como “Vidas em Jogo” (The Game, 1997), “O Clube da Luta”(Fight Club, 2000), O Quarto do Pânico (Panic Room,2002) e “Zodíaco” (2007), além  dos premiados “O Curioso Caso de Benjamim Button” (The Curious Case Of Benjamim Button, 2008) e “A Rede Social” (The Social Network, 2010).

Em “Sete Crimes Capitais” ele faz total uso de seu talento para criar um visual soturno, em um filme que chove quase o tempo todo, e que apesar de mostrar as cenas dos crimes, jamais mostra como eles são cometidos,  as cenas são pesadas e incrivelmente realistas, mas mostram apenas os crimes já realizados, a medida que os detetives encontram os corpos, a maioria através de pistas dadas pelo próprio assassino, dando ao público as mesmas informações que os protagonistas possuem, tudo isso feito com uma montagem exemplar e uma fotografia que se tornou padrão em filmes do tipo, na verdade os thrillers subsequentes foram incrivelmente influenciados por “O Silêncio dos Inocentes” e “Se7en”, e ambos continuam entre os melhores do gênero, afinal o que os destacam da média realizada é o fato de que eles confiam mais na inteligência do que em truques para chocar, eles são filmes que usam de dedução e inteligência e não fazem da violência e do sangue sua principal atração, afinal o importante não é como o assassino mata, ou em criar mortes criativas (algo que sempre me incomodou na série "Jogos Mortais”), mas sim em como ele vai ser pego, no trabalho e na luta dos personagens para que isso tenha um fim, por mais que Hannibal Lecter ou John Doe, sejam assassinos carismáticos, brilhantes ao seu modo, os filmes se focam na busca dos “mocinhos” para vencer esse mal, essa é a grande diferença entre esses filmes e os slasher movies convencionais, onde o que importa é, como as pessoas vão morrer e nos mecanismos que fazem com que isso ocorra.
“Se7en, Os Sete Crimes Capitais” é um grande filme, por apostar na inteligência, por saber surpreender o público sem desrespeitá-lo, por ter definido um estilo de cinema e após mais de 15 anos ele não perdeu sua força, algo que só os melhores filmes são capazes.
Se7en, 1995. direção David Fincher. roteiro de Andrew Kevin Walker. fotografia de Darius Khondji. trilha sonora de Howard Shore. Edição de Richard Francis-Bruce com Brad Pitt, Morgan Freeman e Gwyneth Paltrow. Distribuição New Line Cinema/Warner Bros. Duração 128 minutos. Suspense.
 
 
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