Nota:7
 Bom, parece que o momento da verdade chegou, “Ninfomaníaca”
é o teste final da carreira de Lars Von Trier, ao menos é o que anda pregando, com
uma certa dose de exagero, parte da imprensa internacional. Talvez seja
verdade, talvez não, mas a verdade é que esse novo filme, com toda a polêmica,
nos leva a questionar se ele realmente é um grande diretor, ou apenas um
excelente marqueteiro, talvez a resposta seja um pouco dos dois. O filme conta a história de Joe (Charlotte Gainsbourg) que é
encontrada bastante machucada por um homem mais velho chamado Seligman (Stellan
Skarsgard), que a leva para sua casa, para que se recupere. Ao despertar, Joe
começa a contar detalhes de sua vida, assumindo ser uma ninfomaníaca e que não
é, de forma alguma, uma pessoa boa. Ela narra algumas de suas aventuras
sexuais, para justificar a percepção que tem de si mesma.
Bom, parece que o momento da verdade chegou, “Ninfomaníaca”
é o teste final da carreira de Lars Von Trier, ao menos é o que anda pregando, com
uma certa dose de exagero, parte da imprensa internacional. Talvez seja
verdade, talvez não, mas a verdade é que esse novo filme, com toda a polêmica,
nos leva a questionar se ele realmente é um grande diretor, ou apenas um
excelente marqueteiro, talvez a resposta seja um pouco dos dois. O filme conta a história de Joe (Charlotte Gainsbourg) que é
encontrada bastante machucada por um homem mais velho chamado Seligman (Stellan
Skarsgard), que a leva para sua casa, para que se recupere. Ao despertar, Joe
começa a contar detalhes de sua vida, assumindo ser uma ninfomaníaca e que não
é, de forma alguma, uma pessoa boa. Ela narra algumas de suas aventuras
sexuais, para justificar a percepção que tem de si mesma.
Von Trier fez um filme que é denso, com algumas observações
inteligentes e cenas fortes.  Ele faz de
Stellan Skarsgard seu álter ego dentro do filme, analisando cada uma das
histórias contadas por Joe (na forma de capítulos, como um livro). Na verdade,
como “Ninfomaníaca” foi dividido em duas partes, fica difícil julgar por
completo a história em si, mas até aqui, apesar de algumas cenas realmente
interessantes e do comprometimento e entrega do elenco, não é um filme que impressiona,
pois tem muitos altos e baixos e acaba sendo mais o trabalho de um diretor que
quer impressionar e tentar manter-se relevante, mas isso acaba tornando
visíveis as engrenagens e artifícios que movem o longa, como as tão faladas
cenas de nudez e sexo explicito, que nada mais são do que uma ferramenta de
marketing para atrair os curiosos (elas foram alteradas digitalmente, as partes
intimas pertencem a atores pornô e foram sobrepostas às do elenco), o uso de artifícios
de narrativa, como flashback, diagramas, imagens da natureza, todo o material
que os filmes indies usam para parecerem menos mainstream.
O diretor ainda usa
o filme como palco assuntos que tem mais a ver com a sua própria vida do que
com a história, como quando tenta justificar suas declarações no Festival de
Cannes e as acusações de antissemita, com isso os diálogos acabam soando falsos
em algumas cenas, o que sacrifica a verossimilhança dos personagens em alguns
poucos momentos. Na verdade a analise e o excesso de teorias, às vezes deixam o
espectador sem muito espaço para a dedução e imaginação. O filme em alguns
momentos lembra um pouco “De Olhos Bem Fechados” de Stanley Kubrick, mas a
diferença é que Kubrick nunca gostou de impor opiniões, ou divagar muito e
deixava as conclusões para a plateia. 
Esta primeira parte não é ruim, graças ao elenco, que se
entrega sem pudores aos personagens, vale destacar Shia LaBeouf voltando a
mostrar que é um excelente ator, assim como o sumido Christian Slater,
comovente como o pai de Joe, Uma Thurman, também faz uma participação pequena,
mas impagável. A novata Stacy Martin, acaba sendo o destaque do longa com a jovem Joe, em cenas
fortes de sexo e faz jus a complexidade do papel, já que ela é a verdadeira
protagonista nesta primeira parte, que acaba deixando para o epílogo o veredito
sobre a qualidade do projeto em si, afinal como julgar meia história? É
possível, claro, em um mundo de trilogias, continuações e tudo mais, mas nesse
caso é aconselhável esperar antes de ligar o botão, ame ou odeie. A verdade é
que apesar (ou por causa) da qualidade (e o filme tem algumas), o cinema
precisa de diretores como Von Trier, inquietos, provocadores, que causam algum
tipo de repercussão, alguma discussão e talvez aí esteja a genialidade dele (ou
não), ele sabe vender a noção de que o mundo precisa de um diretor assim, e nós
para o bem e para o mal, acatamos.
Nymphomaniac – Volume 1, 2014 Dinamarca, Alemanha, França,
Bélgica direção e roteiro Lars Von Trier produzido por Peter Aalbæk Jensen com
Charlotte Gainsbourg, Stellan Skasgard, Stacy Martin, Shia LaBeouf, Christian
Slater duração 117 minutos distribuição Califórnia Filmes. Drama.
 


 
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