Lincoln
Nota: 10
Steven Spielberg acertou de novo, pegou o que poderia ser uma maçante biografia sobre um dos mais famosos e importantes presidentes americanos e fez um filme histórico espetacular, que é tão bom que suplantou qualquer expectativa sobre seu sucesso (mais de US$ 177 milhões arrecadados apenas nos EUA). O filme narra os esforços do presidente Abraham Lincoln (Daniel Day Lewis), para aprovar na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos uma emenda para abolir formal e definitivamente a escravidão no país, ao mesmo tempo em que tenta dar fim à Guerra Civil, porém ele teme que sua Proclamação de Emancipação de 1863, que deu liberdade aos escravos para lutarem na guerra, possa ser descartada pelos tribunais quando o conflito chegar ao fim. Lincoln sente que é imperativo aprovar a emenda, eliminando assim qualquer possibilidade de que os escravos que já foram libertados possam ser escravizados novamente. O filme é um atestado da maturidade de Spielberg como diretor, ele mantém a sobriedade e evita o tom piegas nas cenas mais dramáticas, auxiliado pelas atuações perfeitas de Daniel Day Lewis, Sally Field (ela e Day Lewis tem uma das cenas mais tensas e emocionantes de todo filme), Tommy Lee Jones , James Spader (ambos em suas melhores atuações em anos) e de todo o elenco. O longa conta ainda com o inspirado roteiro de Tony Kushner (Angels In América e Munique), a acertada direção de arte, que é acurada (a Casa Branca nunca pareceu tão real, como se pessoas realmente a habitassem), mas ao mesmo tempo não tenta chamar mais atenção do que os personagens e suas histórias, o mesmo se pode dizer da contida trilha de John Williams, estamos tão acostumado com os temas famosos criados pelo maestro (Star Wars, Indiana Jones, ET, Superman, Harry Potter) que até estranhamos quando ele faz uma trilha que serve como uma moldura para a história, nunca distraindo as pessoas do que acontece na tela, fazendo parte do conjunto conduzido com o talento habitual de Spielberg, na verdade parece que o diretor se despiu de quase todos seus truques para fazer Lincoln, contando a história de maneira mais direta e didática possível, sem tornar o filme chato e ao invés de contar toda a história e talvez perder o impacto, ele se concentra nos últimos meses da vida de Lincoln e em sua maior realização. Indicado à 12 Oscars,  o longa merece cada uma dessas indicações e é uma ótima opção para quem realmente aprecia um filme adulto e uma boa aula de história.
Django Livre
Nota: 10
 É incrível a capacidade de Quentin Tarantino em criar ótimas histórias e personagens que ao invés de serem repulsivos por sua violência, são cativantes, desde "Pulp Fiction" o diretor vem se firmando cada vez mais como um dos grandes talentos da história do cinema e “Django Livre” é mais um passo nessa direção. O filme narra a incrível história de Django (Jamie Foxx), um escravo que é libertado por um caçador de recompensas alemão chamado Dr. King Schultz (ChristophWaltz) para ajudá-lo a localizar um grupo de foragidos e acaba surpreendendo o doutor ao matar os fora-da-lei. Depois de auxiliar seu mentor em alguns trabalhos por dinheiro, os dois partem para uma missão pessoal, encontrar e libertar Broomhilda (Kerri Washington), a esposa de Django, das garras de Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), um fazendeiro inescrupuloso. O filme é uma releitura e uma homenagem aos western spaghetti, claro banhado nas características que tornaram Tarantino um diretor famoso, que são diálogos espertos, uma trilha sonora descolada e muito, mas muito sangue. "Django Livre" é provavelmente o western mais violento desde "Meu Ódio Será Tua Herança", mas como sempre tudo é tão exagerado que nem chega a chocar, afinal é um filme do Tarantino, mesmo assim o filme causou discussão pelo uso da violência, pelas cenas da escravidão e pelo uso da palavra "nigger" de maneira freqüente, mas na verdade tudo isso é inevitável, afinal o diretor não ameniza o tratamento dado aos negros na época tanto pelos brancos, quanto por pessoas como o personagem de Samuel L. Jackson, um negro extremamente racista, que foi criado e envelheceu nesse ambiente. O filme é claramente contra a escravidão e os personagens de Django e do Dr. Waltz são uma prova disso, mas o que chama atenção é o brilhantismo do roteiro, com sacadas geniais e claro a entrega de seu elenco para dar vida a esses tipos inusitados, Foxx e Waltz formam uma bela dupla, tanto nos momentos tensos quanto nos cômicos, Leonardo Di Caprio mais uma vez prova que é o melhor ator de sua geração, seu Calvin Candy é assustador e engraçado e ao mesmo tempo repugnante, o que pode ser dito também de Samuel L. Jackson, aqui em sua melhor atuação em anos. "Django Livre", assim como "Bastardos Inglórios" é uma reimaginação de um período histórico que causou muito sofrimento e deixou marcas em gerações inteiras e aqui mais uma vez Quentin Tarantino usa seu talento único para reinventar a realidade e dar ao público duas horas e meia de excelentes diálogos, diversão, violência e até algumas coisas para se pensar.
É incrível a capacidade de Quentin Tarantino em criar ótimas histórias e personagens que ao invés de serem repulsivos por sua violência, são cativantes, desde "Pulp Fiction" o diretor vem se firmando cada vez mais como um dos grandes talentos da história do cinema e “Django Livre” é mais um passo nessa direção. O filme narra a incrível história de Django (Jamie Foxx), um escravo que é libertado por um caçador de recompensas alemão chamado Dr. King Schultz (ChristophWaltz) para ajudá-lo a localizar um grupo de foragidos e acaba surpreendendo o doutor ao matar os fora-da-lei. Depois de auxiliar seu mentor em alguns trabalhos por dinheiro, os dois partem para uma missão pessoal, encontrar e libertar Broomhilda (Kerri Washington), a esposa de Django, das garras de Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), um fazendeiro inescrupuloso. O filme é uma releitura e uma homenagem aos western spaghetti, claro banhado nas características que tornaram Tarantino um diretor famoso, que são diálogos espertos, uma trilha sonora descolada e muito, mas muito sangue. "Django Livre" é provavelmente o western mais violento desde "Meu Ódio Será Tua Herança", mas como sempre tudo é tão exagerado que nem chega a chocar, afinal é um filme do Tarantino, mesmo assim o filme causou discussão pelo uso da violência, pelas cenas da escravidão e pelo uso da palavra "nigger" de maneira freqüente, mas na verdade tudo isso é inevitável, afinal o diretor não ameniza o tratamento dado aos negros na época tanto pelos brancos, quanto por pessoas como o personagem de Samuel L. Jackson, um negro extremamente racista, que foi criado e envelheceu nesse ambiente. O filme é claramente contra a escravidão e os personagens de Django e do Dr. Waltz são uma prova disso, mas o que chama atenção é o brilhantismo do roteiro, com sacadas geniais e claro a entrega de seu elenco para dar vida a esses tipos inusitados, Foxx e Waltz formam uma bela dupla, tanto nos momentos tensos quanto nos cômicos, Leonardo Di Caprio mais uma vez prova que é o melhor ator de sua geração, seu Calvin Candy é assustador e engraçado e ao mesmo tempo repugnante, o que pode ser dito também de Samuel L. Jackson, aqui em sua melhor atuação em anos. "Django Livre", assim como "Bastardos Inglórios" é uma reimaginação de um período histórico que causou muito sofrimento e deixou marcas em gerações inteiras e aqui mais uma vez Quentin Tarantino usa seu talento único para reinventar a realidade e dar ao público duas horas e meia de excelentes diálogos, diversão, violência e até algumas coisas para se pensar.
Django Unchained direção e roteiro de Quentin Tarantino produzido por Stacey Sher,Reginald Hudlin e Pilar Savone musica de Elayna Boynton direção de fotografia de Robert Richardson edição de Fred Raskin com Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo Di Caprio, Kerry Washington, Don Johnson e Samuel L. Jackson distribuição de The Weinstein Company/ Columbia Pictures. duração 165 minutos Western.
 

 
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