 Quando se pensa em Ben Affleck, sempre vem à cabeça filmes absurdos como "Pearl Harbor" e "Armageddon", ou as vezes o jovem ator que escreveu "Gênio Indomável" junto com o amigo Matt Damon e ganhou um Oscar de melhor roteiro original, mas principalmente o jovem astro que viu a carreira desaparecer sob o efeito do furação Bennifer (alguém se lembra de Jennifer Lopez?). Por isso é estranho ver o ator ganhando uma aura de diretor respeitado e de sucesso, mas essa desconfiança só dura até os primeiros minutos de "Argo", com certeza um dos melhores filmes do ano. O filme conta uma inusitada história real. Em 1979, logo após o Xá Reza Pahlavi ter sido deposto (ele era um tradicional aliado da América) e com a ascensão do regime do Aiatolá Khomeini, para quem os EUA eram o ‘grande Satã’, o Irã está em clima de guerra e manifestantes invadem a Embaixada dos EUA, fazendo 60 reféns, porém seis funcionários do consulado americano fogem e se escondem sob a proteção do embaixador do Canadá (Victor Garber). Todas as tentativas de solução pacífica para a crise fracassaram e seria arriscado usar a força, pois os EUA passariam de agredidos a agressores. Então o agente da CIA Tony Mendez (Ben Affleck) surge com uma solução inusitada para retirar os 6 americanos, cujo resgate é quase impossível de ser realizado (Os 60 reféns na embaixada tem mais segurança por estarem sob os olhos da imprensa internacional). O plano de Mendez é contratar o produtor de Hollywood Lester Siegel (Alan Arkin) e o maquiador premiado John Chambers (John Goodman), responsável pela maquiagem de "O Planeta dos Macacos" para simular a procura de locações para uma filmagem em Teerã, criando assim a superprodução de ficção científica "Argo" e provendo os álibis e disfarces com os quais Mendez tentará libertar os seis funcionários da embaixada e retirá-los do país. A ideia é engenhosa, mas perigosa.
Quando se pensa em Ben Affleck, sempre vem à cabeça filmes absurdos como "Pearl Harbor" e "Armageddon", ou as vezes o jovem ator que escreveu "Gênio Indomável" junto com o amigo Matt Damon e ganhou um Oscar de melhor roteiro original, mas principalmente o jovem astro que viu a carreira desaparecer sob o efeito do furação Bennifer (alguém se lembra de Jennifer Lopez?). Por isso é estranho ver o ator ganhando uma aura de diretor respeitado e de sucesso, mas essa desconfiança só dura até os primeiros minutos de "Argo", com certeza um dos melhores filmes do ano. O filme conta uma inusitada história real. Em 1979, logo após o Xá Reza Pahlavi ter sido deposto (ele era um tradicional aliado da América) e com a ascensão do regime do Aiatolá Khomeini, para quem os EUA eram o ‘grande Satã’, o Irã está em clima de guerra e manifestantes invadem a Embaixada dos EUA, fazendo 60 reféns, porém seis funcionários do consulado americano fogem e se escondem sob a proteção do embaixador do Canadá (Victor Garber). Todas as tentativas de solução pacífica para a crise fracassaram e seria arriscado usar a força, pois os EUA passariam de agredidos a agressores. Então o agente da CIA Tony Mendez (Ben Affleck) surge com uma solução inusitada para retirar os 6 americanos, cujo resgate é quase impossível de ser realizado (Os 60 reféns na embaixada tem mais segurança por estarem sob os olhos da imprensa internacional). O plano de Mendez é contratar o produtor de Hollywood Lester Siegel (Alan Arkin) e o maquiador premiado John Chambers (John Goodman), responsável pela maquiagem de "O Planeta dos Macacos" para simular a procura de locações para uma filmagem em Teerã, criando assim a superprodução de ficção científica "Argo" e provendo os álibis e disfarces com os quais Mendez tentará libertar os seis funcionários da embaixada e retirá-los do país. A ideia é engenhosa, mas perigosa.
"Argo" é um filme impactante, onde a tensão constante e crescente é pontuada por momentos de humor inteligente e são nesses momentos que é notado o grande potencial de Affleck como diretor, ele fez um filme político complexo, mas completamente compreensível, desde a cena de abertura, onde um storyboard narra a história do Império Persa, até ele se tornar a República Islâmica do Irã, a  ascensão do Xá e seu reinado de Terror até a revolução, que culmina com sua queda e a instalação do Reinado dos Aiatolás e sua busca por vingança e acerto de contas. Desde os primeiros minutos o filme instala um tom de realismo poucas vezes alcançados e aí também entra a credibilidade dos atores, Affleck sempre contido, se mostra uma ótima presença em cena e ao contrário de muitos atores-diretores, ele deixa seus companheiros de cena brilharem, John Goodman e Alan Arkin se esbaldam, com ótimas tiradas de humor. O grande Bryan Cranston também brilha como o supervisor de Mendez na CIA e os embates dele com sua equipe e com o pessoal da Casa Branca para executar essa missão fadada ao fracasso são impagáveis. Os 6 atores que fazem os papéis dos funcionários confinados na embaixada do Canadá, desaparecem em seus papéis, tamanho o realismo em cena e a exatidão na composição dos figurinos e no visual do filme e eles junto à Affleck garantem vários momentos de tensão extrema.
O filme, produzido por Affleck, George Clooney e Grant Heslov (todos atores extremamente engajados na politica) também não exime os EUA de sua parcela de culpa na situação, pontuando diversas vezes que os americanos apoiaram o reinado de terror de Pahlavi, que acumulou uma fortuna imensa e levou seu povo a fome e a pobreza, ao mesmo tempo em que tentava tornar o Irã um pais mais "ocidental", o que enfureceu a população xiita e os muçulmanos mais extremista. E o grande apelo do filme se encontra em não ficar demonizando ou endeusando os envolvidos, mas sim mostrando como uma situação impossível e intolerável foi se desenrolando até sua conclusão.
Infelizmente esse grande filme, ao contrário dos EUA onde é um sucesso de bilheteria, está passando quase despercebido no Brasil, graças a falta de publicidade e ao lançamento quase que simultâneo ao dos blockbusters "007 Operação Skyfall" e "A Saga Crepúsculo- Amanhecer Parte 2". Talvez pelo seu conteúdo político e por ser um filme de época, em um pais não muito afeito a história em geral, é uma pena, pois há muito em "Argo" para se apreciar e junto com "Atração Perigosa", mostra que sim Ben Affleck é um ótimo diretor, que quem sabe em um futuro terá seu nome entre os grandes.
Argo, EUA, 2012. direção de Ben Affleck roteiro de Chris Terrio produzido por Ben Affleck, George Clooney, Grant Heslov música de Alexandre Desplat estrelando Ben Affleck, Bryan Cranston, John Goodman, Alan Arkin, Victor Garber, Tate Donovan. distribuição Warner Bros. duração 120 minutos. drama/suspense.
 



 
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