DVD Crítica: Thor

Nota: 8,0

Chega essa semana as lojas e locadoras o DVD da adaptação da História em Quadrinhos criada por Stan Lee, Jack Kirby e Larry Lieber, baseada na famosa lenda Nórdica. No filme, Thor (Chris Hemsworth) esta prestes a receber o comando de Asgard das mãos de seu pai Odin (Anthony Hopkins), quando forças inimigas quebram um acordo de paz. Disposto a se vingar do ocorrido, o jovem guerreiro desobedece as ordens do rei e quase dá início a uma nova guerra entre os reinos de Asgard e os Gigantes de Gelo. Enfurecido com a atitude do filho e herdeiro, Odin retira seus poderes e o expulsa para a Terra. Lá, Thor acaba conhecendo a cientista Jane Foster (Natalie Portman) e precisa recuperar seu martelo e sua imortalidade, enquanto seu irmão Loki (Tom Hiddleston) elabora um plano para assumir o poder.

Por sua própria concepção, “Thor” tinha tudo para dar errado, afinal se passa em um mundo onde os deuses existem, e seres mitológicos são muito dificeis de se retratar em filme, pois dependendo de como forem tratados, podem cair na auto-paródia e no ridículo, mas o filme consegue sair ileso da armadilha, se bem que no começo eu tinha minhas dúvidas, mas depois de um tempo o filme engrena e acaba por conquistar.

O grande trunfo do filme é seu elenco, afinal, mais do que os efeitos visuais, são os atores quem garantem grande parte da diversão do filme. Chris Hemsworth (o pai do Capitão Kirk em Star Trek) está ótimo no papel título, ele tem o físico e o carisma para ser o Deus do Trovão, Natalie Portman como Jane Foster também está muito bem, fazendo um par convincente com Hemsworth, afinal depois de três “Star Wars” e algumas outras aventuras, ela já está bem a vontade nesse tipo de filme, Tom Hiddleston como Loki e Anthony Hopkins como Odin fazem um ótimo trabalho também, não deixando os personagens cairem na caricatura, e Kat Dennings está muito engraçada como Darcy, a estagiária que trabalha com Jane Foster, ela tem algumas das melhores falas do filme.

Os efeitos apesar de muito bons, não são revolucionários, mas garantem bons momentos de ação e fantasia, principalmente nas cenas em que Thor usa seu martelo, seja para enfrentar os Gigantes de Gelo no começo do filme, ou para derrotar um robô em uma cidadezinha americana. As viagens interplanetárias e o próprio visual de Asgard são bem interessantes e a vantagem de não ter visto o filme em 3D é que dá para apreciar melhor o visual, já que o 3D não funciona muito bem em cenas escuras, e na verdade até hoje poucos filmes fizeram bom uso da tecnologia.

O engraçado é pensar que “Thor” foi dirigido por Kenneth Branagh, diretor de filmes ótimos do fim da década de 80 e começo da década de 90, como "Henrique V" (Henry V, 1989), "Voltar A Morrer" (Dead Again, 1991), "Muito Barulho Por Nada" (Much Ado About Nothing, 1993) e que viu sua carreira sofrer um revés com o fracasso de “Frankenstein de Mary Shelley” (Mary Shelley’s Frankenstein, 1994), por isso achei inusitada a sua escolha para fazer uma adaptação de HQ’s, mas se for parar para pensar bem, com tantos deuses, tantos dramas familiares e intrigas da corte, nada como um diretor e ator Shakespeareano para dar conta do recado, fazendo com que todos os elementos da narrativa funcionem, inclusive não deixando que as cenas que preparam a aventura “Os Vingadores” atrapalhem o andamento da história, embora só sendo muito fã da Marvel para entender completamente a função da S.H.I.E.L.D. na história, mas na verdade quem se importa?

“Thor” é um filme que não se leva muito a sério, mas nunca cai no erro de se tornar uma grande piada, tem ação, drama, comédia, tudo na medida certa. Não é um filme inesquecível, não vai mudar sua vida, mas garante quase duas horas de pura diversão, algo que está ficando raro hoje em dia.

Thor, 2011. direção Kenneth Brannagh roteiro de Ahsley Edward Miller, Zach Stentz e Don Payne história de J. Michale Straczynski e Mark Protosevich baseado em personagens criados por Stan Lee, Jack Kirby e Larry Lieber musica de Patrick Doyle com Chris Hemsworth, Natalie Portman, Tom Hiddlestom, Stellan Skarsgard, Kat Dennings, Renee Russo e Anthony Hopkins. distribuição Paramount Pictures. duração 114 minutos.